terça-feira, 10 de junho de 2014

A INVENÇÃO DOS IORUBÁS

    Haviam diferenças entre os iorubás que eram tão evidentes que durante grande parte de suas trajetórias históricas eles não se identificam como iguais e nem com este termo. É bastante evidente que falar dos Iorubá é tão difícil quanto falar dos brasileiros, esquecendo a imensa diversidade que existe, como por exemplo os diferentes grupos religiosos, dos quais fazem parte os Nagô. 


    Era como se sempre tivesse existido, a partir do século X, uma identidade única entre os iorubás, era como se eles sempre tivessem se identificado como membros de um mesmo grupo. Porém, há algum tempo, estudiosos perceberam que a construção dessa identidade étnica foi fruto das pressões sofridas por alguns reinos-cidades presentes no Golfo da Guiné, do século XVIII em diante, e dos esforços dos próprios iorubás em se defender da ação escravagista de europeus e do reino do Daomé.

    Existem evidentemente certos elementos que permitiriam fazer a conexão de identidade entre vários reinos e cidades iorubás que ocupavam o território da atual Nigéria, principalmente por meio dos contatos estabelecidos com outras sociedades da região, mesmo que isso por muitas vezes pudesse representar mais um elemento diferenciativo entre os próprios iorubás. 


    Aspectos como os cosmológicos, a língua, a filiação à Odudua, as relações comerciais e outros padrões culturais levaram a uma tentativa de construir, principalmente a partir dos séculos XVIII ou XIX, a idéia de uma unidade e identidade iorubas.


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